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Menopausa: Só aos 70 anos? A ciência avança nessa direção


“SEM SINTOMAS” - Dixie-Louise Dexter, a cobaia: ela fez a operação, e a produção hormonal foi normalizada (//Divulgação)

Uma revelação feita há poucos dias por uma clínica de fertilização da Inglaterra impressionou a comunidade científica — a realização de uma cirurgia capaz de adiar a menopausa por até duas décadas.


Até então, todos os medicamentos e dietas direcionados para a fase feminina que começa em torno dos 50 anos apenas aplacavam os sintomas do fim da menstruação, como o calor, a depressão e a falta de libido.


“A possibilidade de atrasar a menopausa é extremamente emocionante”, disse Amanda Kallen, endocrinologista reprodutiva e especialista em fertilidade da Yale Fertility Center, nos Estados Unidos, uma das maiores referências em reprodução assistida. Para o ginecologista Eduardo Zlotnik, vice-presidente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, “é preciso cautela, mas a ideia é ótima e pode ser protetora contra muitas doenças”.


A menopausa ocorre com o fim da produção de hormônios femininos, como o estrogênio. Sem ele, a mulher não engravida, envelhece mais rapidamente e se torna vulnerável a doenças, sobretudo as cardiovasculares e as ósseas.


A nova técnica, batizada de restauração hormonal, tem base numa lógica simples: retiram-­se, ainda na juventude, pedaços milimétricos da camada externa do ovário, os chamados folículos ovarianos primordiais, trechos que abrigam as estruturas produtoras do estrogênio.


Eles são depois reimplantados durante a menopausa — especificamente, doze meses após a última menstruação. Os folículos, que ficam congelados, não sofrem com o envelhecimento natural e ao ser repostos voltam a funcionar.


Os especialistas calculam que, se a extração for feita aos 25 anos, eles possam fabricar o hormônio até vinte anos depois da chegada da menopausa. Em tese, a mulher não só teria as características da juventude restauradas como poderia até engravidar.

O procedimento foi criado pela equipe da clínica ProFam, cujo proprietário, Simon Fishel, pertenceu à equipe gestora do primeiro bebê de proveta, na década de 70.


O tratamento foi aplicado por completo em apenas uma paciente, a professora Dixie-Louise Dexter. Dixie sofria de uma doença que lhe causou a perda do útero e dos ovários aos 32 anos. Ela entraria em menopausa precoce, portanto.


Ao se submeter à cirurgia, há um ano, teve a produção hormonal restaurada. “Agora me sinto muito bem, sem os sintomas da menopausa”, disse ao jornal The Sunday Times.


A restauração hormonal já era usada em mulheres diagnosticadas com câncer precocemente e que planejavam engravidar.


Há, contudo, sérias ressalvas. Diz Edson Borges, especialista em reprodução assistida do Fertility Medical Group:


“Ainda é cedo para recomendar o recurso. São necessários estudos que mostrem a inexistência de risco da retirada de folículos na juventude e também da ação do hormônio tardiamente”.


De qualquer modo, abriu-se uma janela de otimismo para uma preocupação das mulheres.


Por: Letícia Passos

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